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Tudo o que você sempre quis saber sobre Produtos Signature

Salve, companheiros de sons, membros do Clube! Aqui é Robson Caffé.

Foi com grande alegria que aceitei o convite para compartilhar com vocês algum conhecimento sobre endorsement e produtos signature. Este é um território bem delicado, pois transita por várias esferas: sonhos, arte, estratégia, marketing, comércio, gerenciamento de carreira e… vaidade.

Além de baterista, sou casado, pai de um filho de 4 anos e atuo como colaborador do departamento de marketing das Baquetas ALBA, onde também auxilio no processo de desenvolvimento de produtos e controle de qualidade.

Todo dia aprendo alguma coisa nova, mas existe uma, de cunho ético, que gostaria de compartilhar com vocês, antes de adentrar no assunto dos produtos “signature”. Trata-se do relacionamento de cada músico com sua própria carreira e sobre aquele momento em que se depara com a oportunidade de associar seu nome a uma marca.

Isso mesmo. Vamos falar sobre algo que vem antes do produto “signature”. Vamos falar de “Endorsement”.

 

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O que é endorsement?

É um contrato onde o artista empresta seu nome e prestígio “endossando” o produto que usa e apresentando/recomendando o mesmo às pessoas que o seguem.

Parte do princípio de que este artista deverá ter reconhecimento e prestígio em algum campo profissional ou área específica onde o produto tenha uma exposição através de seu nome e do vínculo gerado pelo uso do produto pelo artista.

Muitos confundem os termos “Endorsement”, “Endorser”, “Endorsee” com patrocínio, que é o que a grande maioria vem em busca.

Não sou um linguista com especialidade em etimologia na língua inglesa, mas a título de informação, fui buscar uma referência mais aprofundada no assunto e vi como os três termos se aplicam: “endorsement” é o contrato, “endorser” pode ser quem cede a oportunidade de assinatura do contrato quando quem o assina e “endorsee” é quem de fato assina o termo de endosso.

 

A função do Endorsee

O “Endorsement” é muito usado em nosso meio e tem uma interpretação equivocada por parte de grande parte dos músicos.

Não é a empresa que “endossa” o artista, mas sim o contrário.

O silogismo (o “abrasileiramento” de um termo estrangeiro) faz com que muitos achem que a empresa “endorsa” o artista… #SóQueNão!

O termo para isso, seria “Sponsorship” ou simplesmente, patrocínio.

 

Talvez essa não seja a sua situação, mas compartilhar esse tipo de informação é algo que sempre faço em processos de “coaching” (treinamento profissional) e é um assunto recorrente em meus workshops e compartilhar esse conhecimento é algo que tenho como uma responsabilidade e um privilégio.

Existem vários e vários tópicos que eu poderia desenvolver sobre gerenciamento de carreira e marketing pessoal, mas agora que entendemos um pouco mais sobre o processo de “endorsement”, podemos partir para o próximo tópico, que é a criação, desenvolvimento ou estratégia para que um artista tenha seu produto “signature”.

 

Construindo um produto Signature

Todo artista “signature” obrigatoriamente já é um endorsee da marca, em sua essência.

Por isso, além de vincular todos os seus atributos de imagem, relevância pessoal e artística, fornece à marca a possibilidade de colocar em um produto o que ele tem de mais valioso: seu nome, sua assinatura.

Para que chegue a esse patamar, tanto o artista quanto a marca definem critérios para o desenvolvimento (ou simplesmente para a personalização) deste produto.

Existem os casos em que o artista usa um produto que já faça parte do catálogo da marca e por razão de uma série comemorativa ou conveniência comercial, a marca homenageia este artista com a personalização do produto que ele já usa com sua assinatura.

 

 

A visão industrial

Dentro do aspecto industrial, não há como fugir de alguns padrões que requerem muita preocupação, dedicação e investimento em pesquisa, desenvolvimento e análise de custos. Isso vai determinar se o produto depois de criado, vai chegar ao consumidor por um preço que se adeque à realidade do mercado ou de seu segmento específico (em nosso caso, como bateristas, podem ser pratos, caixas – ou até baterias, baquetas e acessórios).

Tudo isso reflete – e pasmem, não são raros os casos em que ideias não saem do papel pela inviabilidade financeira, pois interromper um processo industrial para criação e testes de um novo produto custa muito, muito caro!

 

A visão comercial

Vamos para o aspecto comercial.

Uma vez criado (ou simplesmente personalizado), este produto “signature” deve ter uma previsão de saída comercial, para que sejam cobertos os custos com o investimento, pagamento de royalties e etc.

Todos sabemos que muitos artistas que conseguem expressão mundial chegam a esse patamar pelo fato da indústria e das ferramentas de marketing serem dominadas há muito mais tempo e por terem a mídia da grande indústria do entretenimento a seu favor.

Temos também, “ilustres desconhecidos”, cujos produtos chegam às nossas mãos ou que de forma mais anônima ainda, foram desenvolvidos por estes músicos e artistas, mas que através de estudos sobre a abrangência geográfica da repercussão de seu nome e carreira, acabam sendo produtos incorporados às linhas tradicionais da marca.

Falando da nossa realidade tupiniquim, vivemos em um país com proporções continentais, com culturas, ritmos, sotaques e (infelizmente), distribuição desigual de renda. Isso também faz com que artistas tenham grande reconhecimento regional e devido às proporções do nosso país, em alguns casos, mesmo com o auxílio da internet, não conseguem tanto reconhecimento em outras regiões.

 

Show Teatro Municipal Guarulhos (37)

 

Particularmente, gosto de experimentar coisas novas, criadas à partir de um projeto desenvolvido para (ou pelo) artista. Já tive excelentes surpresas e outras, nem tanto, mas continuo acreditando que o bom senso e o “meio termo” possam ser adotados para todas essas situações.

Por exemplo: Não só no meu caso, mas em vários outros artistas que tiveram o privilégio de poder desenvolver um projeto, as marcas lançaram o mesmo produto no catálogo “tradicional”, para quando acontecer do produto signature não ter tanta abertura, a linha convencional da marca entrar, oferecendo o mesmo produto, com a identidade visual que a marca já trabalha nos demais produtos.

Tanto no caso de um produto exclusivo (signature) ou apenas de uma personalização, algo que não pode ser esquecido em hipótese alguma – E ainda me arrisco a dizer que essa situação deve se estender para vários outros aspectos da carreira do baterista – É o trabalho de marketing, tanto pessoal quanto no desenvolvimento de seu networking.

Isso poderá ter desdobramentos positivos através da repercussão de seu trabalho artístico, do bom relacionamento com alunos, fãs e também com lojistas, representantes e distribuidores em geral e não deve ser esquecido em momento algum.

Aliás, tanto quanto manter o “play” em dia é importante que cada artista ou músico saiba da importância da gestão de sua carreira.

 

Finalizando este raciocínio, faço questão de mencionar quatro tópicos muito importantes:

 

Antes de buscar endorsements busque desenvolver a sua identidade sonora

Busque muito mais do que endorsements, produtos signature ou personalizados. Busque a criação e difusão de sua própria “assinatura” / identidade acima de tudo sonora.

Afinal, se você não é conhecido pelo seu “play”, todo o resto se torna questionável.

 

Priorize a construção de um bom networking

Concentre-se na construção e manutenção de um networking ativo onde a parte musical, associada ao prestígio pessoal possam gerar credibilidade e resultados ao mercado.

Não basta tocar pra caramba. Entender mais sobre o mercado que você está inserido e se informar sobre possibilidades comerciais envolvendo a sua carreira o transformarão em alguém que será referência para músicos, lojistas, representantes e para a própria marca como um todo.

 

Fidelidade à marca

Este é um tópico que sou constantemente indagado nos workshops.

Muitos artistas trocam de marca como trocam de roupa. Não é uma marca que faz o artista melhor ou pior.

Não estou condenando um artista que eventualmente tenha identificado possibilidades de melhoria de produto ou melhor projeção para sua carreira saindo de uma marca. Meu papel aqui é contribuir com informações e não julgar. Entretanto é muito bom a gente ficar sabendo que as marcas são concorrentes no mercado, mas muitas vezes os gerentes e diretores saem pra jogar bola ou tomar uma cerveja juntos.

Muito cuidado! Nunca fale mal de ninguém. Se não tiver algo bom para falar de alguém ou de alguma marca, não fale. As informações sempre chegam aos ouvidos dos gestores de marketing das empresas. Não feche portas pelas quais você ainda não entrou. Isso pode trazer grandes prejuízos à sua carreira.

Ser um endorsee é uma consequência e não uma profissão.

 

Conheça toda a linha de produtos da marca

Gerar credibilidade sobre conceito de fabricação, filosofia de trabalho da marca e conhecimento de toda a linha de produtos. Um artista que possui um produto personalizado ou mesmo que tenha criado um modelo exclusivo que leve a sua assinatura, deve conhecer sobre toda a linha de produtos.

Sempre procure fazer mais do que esperam. Isso vai muito além de produtos ou marcas, pois afinal, com ou sem a sua assinatura em um produto, toda a origem, a continuidade e o final de sua carreira dependem exclusivamente de você.

O seu nome é o seu maior patrimônio. Construa-o, zele por ele, invista em você e assim todo o resto virá naturalmente a seu tempo.

 

Seja por mérito ou por alguma conveniência comercial, seja para comemorar um momento de sua carreira ou para dar um empurrão nela, os produtos personalizados, sejam os criados exclusivamente ou os que sejam produzidos apenas para distribuição como souvenir, algo que deve ser sempre monitorado é algo inerente do ser humano, que pode colocar tudo a perder: O EGO.

 

Robson Caffé - EX4 - Show NovaAlvorada

 

Como um cara que já passou dos quarenta, já achei que tocava pra caramba (hoje acho que preciso de muito mais esforço para executar exercícios ou aprender coisas novas), peço licença para lançar algumas perguntas no ar:

 

  • Como você lida com a sua própria vaidade?
  • Como “domar” a nossa vaidade e usá-la em nosso favor e principalmente em favor da música? (Sem demagogias neste momento, pois todo mundo um dia começou a tocar para ser visto… Isso é vaidade.)
  • O que você faz diariamente como músico e como ser humano para deixar a “sua assinatura” neste mundo através de um legado moral e artístico digno de ser lembrado?

 

E finalizo, de maneira paradoxal, mas totalmente consciente, citando um texto bíblico do livro de Eclesiastes 1:2, que diz:

Vaidade de vaidade… Diz o pregador: Tudo é vaidade!

 

Um grande abraço, paz e música!

Robson Caffé
Twitter / Instagram / Facebook: @robsoncaffe

 

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3 Comentários
  1. 13 de julho de 2016
  2. 7 de julho de 2016
    • 11 de julho de 2016

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